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Salto, 19 de janeiro de 2021

Os integrantes da Mesa Diretora da Câmara de Salto – vereadores Cícero Landim (presidente), Edival Pereira Rosa “Preto” (vice-presidente), Daniel Fraga Moreira Bertani (1º secretário) e Fabio Jorge (2º secretário) – reuniram-se na última sexta-feira, dia 15, com representantes da empresa Auto Ônibus Nardelli, concessionária responsável pelo transporte público no município.

Os vereadores foram recebidos pelo sócio proprietário José Rodolfo Roque, pelo administrador Júlio Scalet Roque, pelo advogado Alexandre Nascimento, pelo gerente operacional Miguel Martins e pelo gerente de suplementos Pedro Scalet Roque.

Na reunião, um dos temas discutidos foi a diminuição na demanda pelo transporte coletivo após o início da pandemia de Covid-19. Os responsáveis pela Nardelli explicaram que, até o mês de março do ano passado, 42 ônibus estavam em circulação. Por conta da pandemia, o número atual é de 30 veículos circulando diariamente.

Segundo a empresa, essa quantidade atual de ônibus é maior do que a demanda da população pelo transporte coletivo, porém, mesmo com esse número de veículos, ocorrem problemas de lotação nos horários de pico. E, conforme disse a Nardelli, se forem tirados alguns ônibus de linhas menos requisitadas nos horários de pico, para atender às linhas com maior aglomeração de passageiros, essa medida também gerará críticas dos usuários.

Também foi dito aos vereadores que a responsabilidade pelas definições dos horários e itinerários do transporte coletivo é da Prefeitura, por meio da Secretaria de Defesa Social. De acordo com a Nardelli, quando havia o Conselho Municipal de Trânsito e Transporte Público (já extinto), as decisões eram mais democráticas, tendo em vista que a sociedade civil participava das reuniões do Conselho para ajudar a definir os rumos do transporte público municipal.

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Os vereadores abordaram a importância de se combater o assistencialismo, no que diz respeito à concessão irregular da gratuidade no uso do transporte coletivo, ou seja, para pessoas que não têm direito ao benefício. Isso, inclusive, seria benéfico para empresa, já que, em Salto, o benefício da gratuidade não é subsidiado pela Prefeitura, ao contrário do que é feito em outros municípios, como na capital paulista.

A Nardelli afirmou, na reunião, que já acumula prejuízos na ordem de R$ 5 milhões desde o início da pandemia, com previsão de apenas mais três meses de equilíbrio financeiro da empresa, pois, desde 2019, ela não tem atingido o lucro previsto pelo contrato de concessão atual, assinado há dois anos – sendo que tal contrato piorou em relação ao contrato anterior.

Os representantes da empresa disseram ainda que, assim como os usuários, a Nardelli não está satisfeita com essa situação e com os problemas que estão ocorrendo envolvendo a lotação nos ônibus em horários de pico. Eles enfatizaram que gostariam que todos os ônibus estivessem rodando, com os passageiros podendo manter, nos assentos, o distanciamento social recomendado devido à Covid-19, mas essas definições, no atual contrato de concessão, são de responsabilidade da Prefeitura.

De acordo com a Nardelli, a Prefeitura de Sorocaba paga à concessionária do transporte público daquela cidade por quilômetro rodado pelos ônibus, e essa modalidade acaba sendo mais vantajosa à empresa. Isso porque, conforme, a Nardelli, o número de usuários do transporte coletivo vem caindo em todos os municípios nos últimos anos, devido, em grande parte, à popularização do transporte por aplicativos.

Esse tipo de transporte, segundo a empresa, deve ser regulamentado para que seja combatido o transporte clandestino de passageiros, pois motoristas particulares que não são cadastrados em aplicativos de transporte têm abordado usuários que aguardam nos pontos a chegada do ônibus, oferecendo-se para levar esses passageiros em troca da entrega do passe que seria usado para embarque no ônibus.

Os representantes da concessionária do transporte público em Salto destacaram também que a Prefeitura faz um monitoramento constante e tem acesso a todos os números do transporte coletivo, como o número de pessoas embarcadas em cada ponto de ônibus.