Salto, 28 de maio de 2020
A Câmara da Estância Turística de Salto recebeu na última sexta-feira, dia 22, representantes de entidades como a Acias (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Salto), Assisa (Associação das Indústrias de Salto), OAB Subseção Salto e Grupo Proficenter, para discutir sobre as condições necessárias para a reabertura segura dos estabelecimentos comerciais que estão fechados na cidade por conta da pandemia provocada pela Covid-19. Secretários municipais foram convidados para participar da reunião, porém não compareceram.
A assessora jurídica da Acias, Regina Célia de Souza Veloso, relatou sua preocupação com os comerciantes que estão sofrendo por conta de não poderem reabrir seus estabelecimentos, tendo inclusive que demitir funcionários antigos. Regina afirmou que a entidade já apresentou vários planos de reabertura à Prefeitura de Salto, defendendo o funcionamento de forma responsável, respeitando todas as medidas de proteção e mantendo o distanciamento social.
Regina também destacou que estados como Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul estão agindo dessa maneira em relação aos estabelecimentos comerciais. “Na prática, não temos visto isso ser muito respeitado nos serviços essenciais, mas nos pequenos comércios a gente consegue”, disse. Ela citou ainda uma ação judicial que estava sendo preparada contra o Governo de São Paulo para pedir a reabertura do comércio e comentou sobre a intransigência do Governo do Estado.
A presidente da Acias, Francisca Neide Rufino da Silva de Lima, destacou uma reunião realizada uma semana antes, com o prefeito Geraldo Garcia e vários secretários municipais, para pedir o apoio do Executivo na ação contra o Governo de São Paulo solicitando a reabertura comercial. Francisca aproveitou a oportunidade para pedir o apoio também dos vereadores em relação à retomada.
Por sua vez, o presidente da Assisa, Thiago José Isola, falou sobre o elevado índice de demissões que tem ocorrido, bem como clientes do setor industrial que já decretaram fechamento permanente de unidades em Salto.
“A maioria das indústrias, com exceção daquelas que produzem para os setores essenciais – supermercados, farmácias e os demais –, a grande maioria não trabalha nesse segmento, principalmente na nossa cidade. Então, chega um momento em que não há para quem produzir. A indústria já chegou a um momento em que não suporta mais, vai ter que parar as atividades, porque não tem para quem produzir, não tem para quem entregar. A ponta final é o comércio”, salientou.
Thiago disse que a diretoria da Assisa, de forma unânime, é a favor da reabertura do comércio, desde que haja “um protocolo claro, efetivo, eficiente, baseado na ciência e na medicina, de tal forma que seja seguro”.
Já o presidente da OAB Subseção Salto, Juliano Hyppólito de Sousa, defendeu que a advocacia privada seja considerada uma atividade essencial, tal qual a advocacia pública. “Nós, advogados, estamos sentindo todas as consequências do fechamento do comércio, porque não podemos abrir nossos escritórios para o atendimento presencial, indispensável para que possamos exercer as nossas funções”, ressaltou.
Juliano disse ter a certeza de que, “havendo a abertura gradual dos escritórios de advocacia, todos os nossos colegas advogados e advogadas vão seguir os protocolos de segurança para preservar a saúde”. Também da OAB de Salto, compareceu o advogado Eduardo Luiz de Almeida.
A diretora do Grupo Proficenter, que presta serviços na área de recursos humanos, Rita de Cássia Assumpção Ribeiro, enfatizou que em todas as áreas da economia saltense estão ocorrendo demissões – indústria, comércio e serviços –, incluindo funcionários temporários e efetivos. “Hoje, a demanda que a gente tem de admissão é muito pequena”, constatou.
“Colocando várias regras, eu acho que não tem problema nenhum. Se tivesse algum problema, a gente já teria escutado alguma coisa com relação a pessoas terem ficado doentes dentro dos comércios essenciais que estão abertos, e pelo que eu saiba não aconteceu isso”, reforçou Rita.
Além do presidente da Câmara, Lafaiete Pinheiro dos Santos, compareceram à reunião os vereadores Antônio Cordeiro dos Santos, Cícero Granjeiro Landim, Divaldo Aparecido dos Santos “Garotinho”, Edemilson Pereira dos Santos, Ezequiel de Souza Damasceno “Kiel”, Luiz Carlos Batista “Luizão”, Márcio Conrado, Roberto Natalino Silveira e Vinícius Saudino de Moraes.