Salto, 04 de junho de 2020
Em uma reunião realizada na Câmara de Salto nesta segunda-feira, dia 1º, solicitada pelo vereador Vinícius Saudino de Moraes e que também contou com a presença do presidente Lafaiete Pinheiro dos Santos, foi discutido o aumento nos índices de violência contra a mulher neste momento de pandemia provocada pela Covid-19. Participaram da reunião, representando a Coordenadoria da Mulher, a coordenadora das Políticas Públicas Sociais, Cecília Vicente Mezzalira da Rocha; o secretário municipal de Ação Social e Cidadania, José Carlos Grigoletto; a chefe de Gabinete da mesma secretaria, Sandra Leme; os guardas civis municipais Carvalho e Francisco Rodrigues Alves; e, representando o comando da Polícia Militar, o sargento Benevenuto. A delegada da mulher de Salto, Dra. Ana Maria Gonçalves Sola, não pôde comparecer por motivos de saúde.
A representante da Coordenadoria da Mulher, Cecília Vicente Mezzalira da Rocha, apresentou os quatro pontos presentes no ofício do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher que foi encaminhado ao prefeito Geraldo Garcia e ao chefe da Guarda Civil Municipal (GCM), bem como protocolado na Câmara de Salto na manhã do dia 1º. Um deles trata-se de uma live que será realizada pelo Conselho, com a participação da delegada da mulher de Salto, bem como advogadas e assistente social, para divulgar os caminhos que a mulher vítima de violência pode percorrer para obter ajuda.
Outra ação do Conselho diz respeito a um informativo que está sendo elaborado sobre os mecanismos e caminhos para acolhimento e denúncia de violência contra a mulher, para ampla divulgação em rede social e meios de comunicação.
No ofício protocolado na Câmara, o Conselho solicita à Prefeitura que, nos boletins diários da Covid-19, que têm tido um grande alcance junto à população, seja incluída uma pequena tarja, divulgando nela os principais canais de denúncia, como o Disque 180, e o número 190, em caso de violência física, além do site da Polícia Civil, com o passo a passo para registrar um boletim de ocorrência online de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Por fim, o Conselho solicita ao Poder Executivo que a GCM destine uma viatura para ronda específica de atendimento à mulher, adesivada com canais de denúncia (Disque 180, telefone da Delegacia da Mulher e número de telefone específico dessa ronda) e com a presença de guardas femininas, “para percorrer os bairros periféricos da cidade, com o objetivo de intimidar a violência doméstica em nosso município”.
A chefe de Gabinete Sandra Leme falou que os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) sempre se mantiveram abertos durante o período da pandemia para acolher a todas as mulheres, abordou o temor que muitas mulheres têm de denunciar o companheiro do qual são vítimas de violência e ainda sobre a educação correta que deve ser dada aos filhos com o intuito de que cresçam conhecendo os direitos das mulheres e respeitando-as.
Os GCMs Carvalho e Francisco Rodrigues Alves explicaram sobre o trabalho de acompanhamento das 148 mulheres de Salto que atualmente contam com algum tipo de medida protetiva e, em caso de necessidade, os acionam para que eles possam ir até a residência da vítima e, assim, dar o suporte necessário.
Carvalho disse que, anteriormente, era utilizado um aplicativo desenvolvido gratuitamente instalado nos celulares das vítimas de agressão com medidas protetivas, por meio do qual as mulheres podiam acionar a GCM em caso de necessidade. Após a reformulação do aplicativo pela empresa que o desenvolveu, devido ao alto custo que ficaria, não foi possível continuar utilizando-o e, desde então, o contato dessas mulheres com a GCM passou a ser feito por meio de Whatsapp.
O secretário Grigoletto disse que uma nova tecnologia está sendo buscada para melhor atender às mulheres vítimas de violência que precisam entrar em contato com as forças policiais. Ele destacou ainda o trabalho feito pela GCM e pela PM no cumprimento das medidas protetivas em Salto.
Por sua vez, o sargento Benevenuto tratou do acompanhamento que a Polícia Militar faz em relação às mulheres que denunciam agressões, mas enfatizou que o mais importante, em primeiro lugar, é que a vítima, ou algum vizinho que ouça qualquer caso de agressão, ligue no número 190 para denunciar.